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segunda-feira, 16 de março de 2009

A filosofia da moda

Esta semana um pouco mais atarefada que o normal não tive tempo de escrever,portanto, passo aqui uma coluna que pensei ser muito interessante,feita algumas modificações e ressalvas, após um proveitoso diálogo com meus filhos.

Na calça de Sérgio está grudado um nome,não é o dele de batismo ou de cartório.É um nome estranho não combina com ele.No blusão traz lembrete de bebida,que jamais tinha posto alguma vez na boca.Em sua camiseta a marca de cigarro que não fuma e nunca fumará,pois detesta cigarro.As meias falam de produto que nunca experimentou,mas... são comunicados aos seus pés,aliás, seu tênis proclama o colorido,de alguma coisa não provada.Por esse provador de longa idade,seu lenço,relógio,chaveiro,gravata,cinto e sabonete,seu isso e aquilo,desde a cabeça ao bico de seus sapatos,"são mensagens,letras falantes,gritos visuais,ordens de uso e abuso,costume,hábito,permanência e indispensabilidade.Tudo isso fazem dele um homem de anúncio itinerante,escravo da máteria anunciada.Fala à todos que possam ouvir:-Estou na moda é duro andar assim,ainda que ela seja negar a minha identidade,troca-lá não faz a minha cabeça,todas as marcas registradas,todos os logotipos do mercado com que inocência demito-me de ser".Ele que antes era e sabia tão diverso de outros,tão ele mesmo,um ser pensante,solitário e consciente de sua humana e invencível condição,agora, se tornara um anúncio,ora vulgar e bizarro em língua nacional ou estrangeira,diga-se em qualquer uma .Para anunciar e vender em bares,festas,praias etc...ele mesmo é quem paga,exibindo as etiquetas coladas ao seu corpo,que em maneira alguma,este,esconderia.Sérgio desistiu de ser ele mesmo,de sua essência tão viva e independente,que outrora,moda ou suborno algum comprometeria.Onde ele teria jogado fora seu gosto a capacidade de escolher,suas idiossincrasias tão pessoais?Cada gesto,olhar,vinco de sua roupa esta gravado de forma universal.Ele não sai de casa,ele sai da vitrine onde o recolocam a todo instante.É um objeto pulsante,tarifado,que ostenta tão orgulhoso a condição de ser artigo industrial.

7 comentários:

Jens disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Jens disse...

Oi Cris.
Lembra dos homens-sanduíche, aqueles caras que andavam perambulando pela Rua da Praia com cartazes pendurados no pescoço anunciando produtos comerciais, compra de ouro e outros serviços? Pois é, aprimoraram o processo. Hoje a gurizada, principalmente, faz propaganda de graça.
Mas não se pode condená-los. O poder da mídia é muito forte e, para mentes jovens e impressionáveis, é praticamente impossível resistir aos apelos para que se vista determinada calça, se use um boné da marca tal e calce um tênis daquele outra. O homem nasceu para viver em sociedade e todos querem ser integrante de uma tribo. Não querem ser diferentes, mas iguais. O empresariado não só agradece como estimula, através da propaganda, a padronização do vestuário. E não é de hoje; no meu tempo o padrão era calça Lee e tênis Bamba branco. Mas é possível resistir sem parecer um extraterrestre. Por exemplo, sempre remando contra a maré, eu usava calça Levi´s.
***
PS: removi o comentário acima porque continha um erro crasso de gramática. Sabe como é, tenho uma reputação a zelar...
Beijo.

Beti Timm disse...

Perdemos um pouco a individualidade, o estilo própio. Digo perdemos, pq vez ou outra uma marca determinada me atrai e me joga no consumismo desefreado de marcas, mas tento me controlar. E se eu que menina não sou mais, me deixo levar por estas tentaçõe, o que se dirá então dos jovens que ainda estão em formação, em buscas de caminhos. Mas consolo-me em saber que está ãnsia pelas marcas, não se comparam em gravidade com as drogas e outros malefícios que a vida apresenta cada vez mais aos jovens. O importante é manter a personalidade intacta, e saber e não se encantar muito com a diversidade nas tentações.

gosto deste seu lado inquisidor, que nos faz pensar e repensar.

Beijoquinhas na bochecha.

Eliana Gerânio Honório. disse...

Vim dar um abraço.

Que lindos os comentários
de Jens e de Betti.

Parabéns pelos amigos.

Cecília disse...

Vim desejar um
Feliz dia do Blogueiro!!!

Depois volto com mais calma e leio melhor!
Beijão!
Ótimo final de semana!!!

Cecília disse...

Aff, nem me fale, Cris...
Matheus sempre faz essas perguntas que me deixam com os neurônios fervendo para poder responder da melhor maneira possível. Sempre achei que deveria falar a verdade, e tento fazer de maneira natural e amena, sem muitos detalhes pra não me complicar nas explicações... rsrs... Mas acho legal, prova que ele confia em mim, é muito bom e importante para nossa relação, principalmente por os pais são muito ausentes (a mãe principalmente).
Mas tenho aprendido muito com ele, principalmente a ter mais paciência, e a ver o mundo, ele tem olhinhos de lince, vê tudo e aprendi a ser mais observadora e a sorrir mais também, ele muito bem humorado, entre outras coisas que aprendo dia a dia.

Celso Ramos disse...

É Cris...

O standart...a homogeneidade, o mesmo...isso tudo tem muita relação com a filosofia sim, pois é muito mais facíl identificarmos e catalogarmos o que é igual. Abolindo as diferenças o controle é muito mais facíl. Alguns filósofos contemporâneos retomam a perspectiva do "outro" ou seja, a existência da permanência do movimento e da diferença. O fato é que nossa cuca ocidental chafurda neste lamaçal da padronização. Quando temos contato com a leitura parece que vislumbramos um pouco daquela luz experimentada pelo filósofo da alegoria de Platão. No entanto poucos são aqueles que estão dispostos a terem seus olhos ofuscados pela luz, pois é doloroso! É mais facíl, então, ficar olhando para sombras (a tal mídia da qual nos fala o querido JENS) acreditando serem elas as verdades eternas. E assim caminha a Humanidade!!!!